terça-feira, 12 de outubro de 2010

Cultura: uma mercadoria que está à venda

O que eu vou falar aqui acho que todos tem um pouco de conhecimento. Afinal, ta na nossa cara!!

Bem, o que se trata e' que o conhecimento, a literatura, a arte e nos, os proprios seres humanos, nos tornamos produtos de consumo! Sim, produtos de consumo!

Vou falar um pouco mais a respeito...

Industria cultural = conversao da cultura em mercadoria, processo de subordinacao da consciencia à racionalidade capitalista.


Esse fenomeno consiste em produzir ou adaptar obras de arte segundo um padrao  de gosto bem-sucedido e desenvolver as tecnicas para coloca-las no mercado.
A familia e a escola, depois da religiao, estao perdendo sua influencia socializadora para as empresas de comunicacao.


 O capitalismo rompeu os limites da economia e penetrou no campo da formacao da consciencia, convertendo os bens culturais em mercadorias.

Absurdamente, as obras de arte e as proprias ideias, senao as pessoas, sao criadas, negociadas e consumidas como bens cada vez mais DESCARTAVEIS, ao mesmo tempo em que estes sao produzidos e vendidos levando em conta principios de construcao e difusao estetica e intelectual que, antes, eram reservados apenas às pessoas e ao pensamento.

A seguir, um exemplo bem claro(carnaval) e algumas informacoes a mais...





O Carnaval como mercadoria: debatemos as mudanças no carnaval de São Paulo, influenciadas pelo poder 
público, pela legislação, pela mídia, pela verba, e pelos sambistas que faziam
parte das agremiações carnavalescas da época.


Hoje, o espetáculo que é feito no Sambódromo do Anhembi, e transmitido pela
televisão, é produto de muitas transformações e de uma proposta relacionada a
dinheiro, exposição, plasticidade e política, muito longe da proposta de
comunidade, folia, rua e batucada do começo do século passado.

A relação da mídia com o carnaval acontece com a explosão da era do rádio a
partir dos anos 30.
No ano de 1951, pouco tempo depois da inauguração da segunda emissora de
TV do Brasil, a “PRG-3 TV Tupi” (canal 6 do Rio de Janeiro), a Tupi de São
Paulo havia mandado sua unidade móvel para que eles gravassem o desfile de
carnaval de rua, que lá exitia. Assim, ao transmiti – lo, faziam as vontades dos
mais ricos da época, já que estes, se recusavam a participar da festa popular.



a Rede 
Globo, sempre muito esperta, atualizou – se em seus equipamentos de transmissão, criou o símbolo do 

carnaval, a Globeleza, fez jingle com Jorge Aragão (“Na tela da TV no meio
desse povo / A gente vai se ver na Globo), e assumiu as transmissões do
carnaval paulistano e carioca, tendo ela todo o direito de imagem sobre os dois
eventos.


O carnaval hoje é produto de exportação da televisão, e a tendência é que a
plasticidade e o espetáculo aumentem a cada ano, dado ao investimento que
também cresce como o tempo.



terça-feira, 5 de outubro de 2010

Realidade Inventada



"Ninguém negará que, na maior parte dos filmes atuais, tudo é um tanto irrealista. Eles dão um tingimento cor-de-rosa aos mais negros cenários."

Vamos combinar que a chance de um colonizador se apaixonar por uma índia é a mesma de uma perua se apaixonar por um mendigo. Porém, no filme "Pocahontas" isso acontece, e o mais lindo da história é que os colonizadores desistem de tomar as terras dos índios em nome do amor da Pocahontas e do John Smith. Bom, seria lindo mesmo se esse tipo de coisa existisse na realidade.
O cinema cria uma nova realidade, reinventando fatos e despertando desejos e sonhos nos espectadores.
Porém, "essa realidade inventada" não é marcada apenas pelo lado da magia e pela fantasia que desperta em quem assiste a obra. Tais filmes, programas e telenovelas encobrem tanto os fatos verídicos que convencem a cabeça das pessoas (em sua maioria alienadas) que foi aquilo que realmente aconteceu. Um exemplo claro que podemos utilizar é a Independência do Brasil. Quem estudou História sabe que era necessário proclamar a Independência imediatamente por questão de sobrevivência, acontecendo de forma totalmente improvisada. Porém, ao observarmos a letra do Hino Nacional brasileiro, nos deparamos com uma nova versão desse episódio, retrata uma maneira ideológica de como tudo aconteceu, mencionando heróis, um bravo povo que lutou pela liberdade, um belo rio e um sol radiante.
Há também produtores que "tingem o real com cor-de-rosa" com o objetivo de ironizar e fazer a sociedade refletir o assunto abordado. E se o trabalho for bem feito, poderá ter até mais eficácia do que se tivesse tratado a realidade "nua e crua".